Calvin Johnson - Before the dream faded
É difícil escrever pouco sobre um cara que se envolveu em tantos projetos como o Calvin Johnson. O que posso dizer com certeza é que Calvin tem o toque de Midas, tudo vira ouro. Não lembrou do nome? Eu explico.
Na adolescência, Calvin montou um selo chamado K records que hoje conta com bandas que eu adoro: All girl summer fun band, Beat Happening, Microphones e Mirah. Também criou um festival chamado International Pop Underground Festival que tinha em seu line-up: Bikini Kill, Fugazi, entre outras.
E por falar em bandas, ele é o barítono-sensual-misterioso-obscuro por trás do Beat Happening, Halo Benders e Dub Narcotic Sound System, sem falar das inúmeras colaborações com outras bandas.
Before the dream faded é um disco intenso, excêntrico, sensual, simples e cheio de colaborações importantes: Mirah yom tov Zeitlyn, Adam Forkner (Yume Bitsu, VERSION), Jona Bechtolt (Y.A.C.H.T.), Warren Lee e Devin Welch (Chromatics, Shoplifting) com seus barulhinhos, pianos, texturas e batidas arrastadas. A voz de Calvin também está um pouco mais arrastada e devagar do que normalmente é. A maioria das músicas são lentas, com cada verso cantado perfeitamente, palavra por palavra e as melodias lentas e repetitivas são quase perturbadoras.
É o tipo de disco que você tem que sentar e ouvir com calma e atenção, porque é isso que ele quer. Não é um disco com mil camadas de som, nem coros, nem barulhos demais, nem barulhos de menos. É uma obra-prima. Esse disco foi feito para ser entendido, para fazer cada pedaço do seu corpo se arrepiar, para mostrar do que é feita a essência da música: poesia.
Ouvir esse disco foi como um soco no estômago, in a good way.